Marco Weissheimer

Buenas vivente

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terça-feira, 9 de junho de 2009

CPI da Corrupção


Deputados apresentam novas denúncias e vão às ruas em busca de apoio popular

Além de agregar novos elementos às denúncias que envolvem o governo do Estado, a entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (9) à tarde por deputados do PT, PCdoB, PSB e PDT funcionou como desagravo à Assembleia Legislativa, em função das declarações do deputado Eliseu Padilha (PMDB) que lançam suspeitas sobre a conduta de integrantes do parlamento gaúcho. Investigado pela Polícia Federal, o peemedebista disse que “se o inquérito da Operação Solidária vier à tona, vai expor muitos deputados, inclusive quem defende a instalação de uma CPI para investigar a corrupção no governo Yeda.” A resposta veio da deputada Stela Farias (PT), primeira a assinar o requerimento para a abertura da comissão parlamentar de inquérito: “não seremos intimidados ou chantageados. Estamos sintonizados com o desejo de 80% dos gaúchos que apoiam a instauração da CPI e querem levantar o véu colocado sobre negócios públicos acertados por lobistas de interesses privados.”

Faltando apenas duas assinaturas para atingir as 19 necessárias para protocolar o requerimento de instalação da CPI, os deputados lançaram, durante a coletiva, uma campanha de mobilização social para aumentar a adesão à iniciativa. A partir desta quarta-feira (10), será instalada uma banca no Largo Glênio Peres, no centro de Porto Alegre, para recolher assinaturas da população em prol da abertura imediata da comissão de inquérito. Além disso, as pessoas poderão gravar vídeo-recados para os deputados, que serão veiculados no Blog Zero Corrupção (zerocorrupcao.blogspot.com). “Vamos para as ruas garantir eco às manifestações do povo. Começaremos pela capital, mas queremos também garantir espaço para a população do interior”, afirmou o líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa, Elvino Bohn Gass.

Reforma Clandestina

Durante a coletiva, o deputado Daniel Bordignon (PT) revelou a existência de nova irregularidade envolvendo a mansão adquirida pela governadora Yeda Crusius após a campanha eleitoral. Desta vez, as suspeitas recaem sobre a reforma do imóvel, que foi realizada sem Anotação de Responsabilidade Técnica, documento obrigatório neste tipo de procedimento. A inexistência da ART, conforme o parlamentar, pode ser um subterfúgio para ocultar a empresa que fez a obra. “Há suspeitas de que reforma tenha sido feita por empresa que presta serviço ao Estado. Vamos levar o caso ao conhecimento do Ministério Público”, disse o petista.

O secretário da Transparência, Carlos Otaviano Brenner de Moraes, também será alvo dos deputados que querem a abertura da CPI. A deputada Stela Farias irá encaminhar representação à Corregedoria do Ministério Público, ao Conselho Nacional do Ministério Público e à Procuradoria-Geral do Estado questionando a postura do secretário, que é membro do Ministério Público do Rio Grande do Sul, nos episódios envolvendo a exoneração da delegada Estella Maris Simon da presidência do Detran e as gravações telefônicas em que assessora especial da governadora Yeda, Walna Vilarins Meneses, conversa com pessoas investigadas pela Operação Solidária.

Stela denunciou, ainda, a existência de indícios de superfaturamento na contratação da empresa Dragaport Engenharia para realizar serviços de dragagem no Porto de Rio Grande. Segundo a parlamentar, em 2007, o governo Yeda renovou o contrato com a empresa, incluindo um aditivo financeiro no contrato de R$ 5,3 milhões. Com isso, o custo diário pelo serviço teve um acréscimo de 85%, passando de R$ 96 mil para R$ 178 mil e extrapolando os limites permitidos pela Lei de Licitações.

Fonte PT SUL.